Sitilpech
Em Sitilpech, há aproximadamente 48,000 porcos em uma mega fazenda, enquanto a população local não ultrapassa 2,000 residentes. Essa fazenda opera a menos de um quilômetro das casas mais próximas da comunidade.
Em 2022, a Comissão Nacional da Água determinou um nível de poluição aqui que ultrapassa o padrão oficial mexicano. Os moradores relataram erupções cutâneas, coceira, diarreia e vômitos. Existem mais de 500 outras fazendas no estado de Yucatán, mas o governo tem apenas 10 em seus registros.
Em resposta ao impacto prejudicial da mega fazenda sobre sua saúde e meio ambiente, os membros da comunidade montaram um acampamento de protesto. No entanto, em 18 de fevereiro de 2023, eles enfrentaram uma repressão severa quando pelo menos 150 membros da polícia estadual e da tropa de choque invadiram o acampamento. Armados com cassetetes e escudos, essas autoridades dispersaram violentamente a multidão, composta em sua maioria por mulheres e crianças.
Apesar da repressão e das agressões brutais infligidas aos moradores de Sitilpech, o governo do estado de Yucatán intensificou sua campanha contra a comunidade maia. Em março de 2023, foram iniciados processos judiciais contra oito indivíduos, especificamente aqueles que se opuseram à megafazenda na mídia regional. No final, os processos resultaram em uma sentença de um ano e meio de restrições e prisão domiciliar para os réus.
Os esforços da comunidade exigiram o fechamento da mega fazenda, mas a Kekén e seus parceiros continuaram a receber proteção das autoridades políticas de Yucatán. Os compromissos anteriores assumidos pela empresa para lidar com os impactos da mega fazenda sobre a água, o ar e os meios de subsistência das pessoas não foram cumpridos. Na verdade, a empresa recebeu, por dois anos consecutivos, um prêmio nacional por seus “padrões de qualidade em seus processos e produtos”. No entanto, em 6 de novembro de 2025, o tribunal distrital estadual emitiu uma suspensão provisória das operações da megafazenda. Uma vitória parcial para a comunidade...
